Dentro da historiografia se discute que
a História Oral seria inovadora primeiramente por seus objetos, pois dá atenção
especial aos “dominados”, aos silenciosos e aos excluídos da história (na época
da História Tradicional), à história do cotidiano e da vida privada, à história
local e enraizada. Em segundo lugar, seria inovadora por suas abordagens, que
dão preferência a uma história vista de baixo[1],
atenta às maneiras de ver e de sentir, e que as estruturas objetivas e as
determinações coletivas prefere as visões subjetivas e os percursos
individuais, numa perspectiva decididamente micro-histórica. Dentro desta
percpectiva, selecionamos o autor José Carlos Sede B. Meihy para fundamentar o
uso dessa metodologia.
Para José Carlos Sebe B. Meihy (2011) História
Oral Plena, entende a elaboração e a análise das entrevistas. A história oral
plena se realiza em si, isto é, depois de elaboradas as entrevistas,trançam-se análises de
várias pessoas contidas em um mesmo projeto, ou seja, na combinação das
narrativas formuladas pelas entrevistas que lhes garante em si autonomia e
consistência analíticas.
As
análises, nesses casos, devem sempre ser comparativas, mesclando opiniões,
pontos de vista ou fatos revelados em gravações que contenham redes de
entrevistados com características próprias [...] No caso da história oral plena
não é preciso se valer de cruzamentos com outros documentos que não sejam as
entrevistas (MEIHY, 2011:16)
A metodologia oral em análise prima para
registrar a memória viva, as emoções, as paixões, o olhar, a perspectiva
peculiar e os sentimentos de indivíduos das mais diversas origens
socioculturais. Michael de Pollak (1992) ao
colocar sobre “acontecimentos vividos por tabela”. São acontecimentos
vividos pelo grupo de quilombolas e que nem sempre a pessoa não participou e em
seu imaginário se tornou parte dessa identidade.
O método oral explicita este tipo de catalogação, propiciando uma construção
dos personagens envolventes com o lugar antropológico.
Para a fase de
transcrição, seguiremos o que Tourtier-Bonazzi (1998) propõe:
- A
transcrição será feita pelo próprio entrevistador, o quanto antes;
- As
passagens pouco audíveis devem ser colocadas entre colchetes;
- As dúvidas,
os silêncios, assinaladas por reticiências;
- As pessoas
citadas, designadas por iniciais (quando solicitado pelas mesmas);
- As palavras
em negrito serão as de forte entonação;
- Anotações
como risos devem ser grifadas;
- Subtitulos
para facilitar a leitura;
- Os erros
flagrantes deverão ser corrigidos datas, nomes próprios etc.
REFERÊNCIAS
FRAÇOIS
Etienne. A fecundidade da história oral.
In: FERREIRA, Marieta de Morais
Ferreira, (Org.). Usos e abusos da
história oral. Fundação Getúlio Vargas, 8ª Edição, Rio de Janeiro, 2006
MEIHY,
José Carlos Sebe B. Guia prático da
história oral: para empresas, universidades, comunidades, famílias. Contexto,
São Paulo, 2011.
TOURTIER-BONAZZI,
Chantal de. Arquivos: propostas
metodológicas. In: FERREIRA, Marieta
de Morais Ferreira, (Org.). Usos
e abusos da história oral. Fundação Getúlio Vargas, 8ª Edição, Rio de Janeiro, 2006
obs: desenvolvemos uma grade para ser usada na pesquisa de Histórial Oral. Mais para frente disponibilizaremos em nossa página.
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